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O fim dos megaescritórios

Diga a palavra “escritório”. O que exatamente vem à sua mente?


Há alguns meses, essa passou a ser uma pergunta um tanto quanto difícil. O novo Coronavírus chegou com tudo e fez com que o mundo todo tivesse que se adaptar a uma nova realidade. Além de todas as mudanças comportamentais, de higiene e de relacionamentos, a pandemia atravessou a esfera do trabalho.


Antes, o senso comum era que os escritórios físicos eram essenciais para o bom funcionamento da atividade, para a produtividade e para a cultura empresarial. As empresas competiam intensamente por espaços de escritório nobres nos principais centros urbanos do mundo. Tudo muito chic e glamouroso – para os que podiam, né?! :D


No entanto, diante das novas regras impostas, muitas empresas tiveram que flexibilizar e mudar a forma como estavam acostumadas a trabalhar. Pra umas, foi super difícil a adaptação. Pra outras, nem tanto! Com isso, termos como home office (trabalho remoto feito em casa), flex office (trabalho dividido entre a casa e a empresa), coworking e escritório virtual ficaram mais famosos e comuns – ainda que muita gente não entenda as diferenças...


A grande questão agora é: o quanto disso é, de fato, o “novo normal” (que termo mais chatinho, né?) e o quanto são apenas medidas adaptativas e transitórias? Com o início da vacinação, surgem grandes especulações sobre como ficarão os escritórios num cenário pós-covid, em que é permitido aglomerar de novo.


O fato é: muitas empresas liberaram (ora por opção e empatia, ora por obrigação) funcionários para trabalhar em casa e passaram a questionar se realmente precisam de tantos metros quadrados de escritório físico. A rapidez e eficácia das tecnologias para videoconferência e outras formas de colaboração digital adotadas surpreenderam positivamente muita gente por aí!


De acordo com uma pesquisa da McKinsey, 80% das pessoas entrevistadas relataram que gostam de trabalhar em casa; 41% dizem que são mais produtivos do que antes e 28% que são tão produtivos quanto. Muitos colaboradores destacaram, também, maior flexibilidade para equilibrar sua vida pessoal e profissional e são adeptos a mudanças.


Do lado das organizações, além da percepção da alta produtividade, a redução de custos e a ausência de restrição de localização para novas contratações é bastante vantajosa.


Mas será que é simples assim? As culturas e comunidades corporativas se desgastarão com o tempo sem interação física? Haverá menos orientação e desenvolvimento de talentos? As reuniões e trocas diárias podem mesmo ser substituídas por videochamadas? Trabalhar em casa teve sucesso apenas porque é considerado temporário e não permanente? Por aqui, sentimos muita falta de vocês...


Não existe uma solução única para todo o mundo. A resposta, diferente para cada organização, será baseada em quais funções são mais importantes, quanta colaboração é necessária para a excelência e onde os escritórios estão localizados hoje, entre outros fatores.


E mesmo dentro de uma organização, a resposta pode ser distinta em diferentes áreas, negócios e funções!


Para Giancarlo Nicastro, presidente da consultoria SiiLA (Sistema de Informação Imobiliária Latino-Americana), a proporção dos dias trabalhados em casa dependerá de cada setor. Os que precisam de mais interação, segundo ele, caminham para um modelo de um a dois dias de home office por semana. Sendo assim, o aumento das áreas de reuniões e a redução do número de salas individuais são vistos como tendência!


E a pandemia fez isso... acelerou tendências. Várias empresas já decidiram que, após a imunização, adotarão modelo híbrido de trabalho e já se organizam para isso. Funcionários revezarão para trabalhar parte da semana no escritório e parte em casa, assim, os espaços físicos estão ficando com mais áreas comuns e menos espaços individuais.


Essa medida, para alguns, significa reduzir a metragem dos escritórios. Segundo um levantamento realizado pela Workana, maior plataforma que conecta freelancers a empresas da América Latina, 23,8% dos líderes apostam no fim ou redução dos escritórios!! :o


A pesquisa da Willis Towers Watson, “Reabertura do local de trabalho”, apontou que 56% das empresas já reconfiguraram seus locais de trabalho por causa da pandemia. O Banco BMG, por exemplo, devolveu ao proprietário 33% do espaço ocupado pela sua sede.


Em um outro estudo recente sobre o local de trabalho no pós-Covid, foram entrevistados 79 executivos de 56 empresas da lista Fortune 500. A maioria (86%) não prevê nenhuma mudança geográfica na localização de seus escritórios; no entanto, mais da metade (58%) prevê a redução do espaço físico do escritório em pelo menos 10% e mais de um terço espera essa redução seja de 25%.


Setores em expansão, como tecnologia e e-commerce, estão mais propensos a adotar o trabalho virtual. O CEO do Twitter, Jack Dorsey, já anunciou que os funcionários podem trabalhar em casa permanentemente, se quiserem!!!


O Spotify também se pronunciou e permitiu que seus funcionários escolham de onde gostariam de trabalhar, tanto se preferem ir ao escritório, quanto trabalhar de casa, ou até mesmo trabalhar de outro país. Esta iniciativa está sendo chamada pela empresa de Work From Anywhere e a descreve como uma “nova forma de colaboração que permite que os Spotifiers trabalhem de onde quer que eles pensem e criem melhor”.


Dezenas de outras grandes empresas de tecnologia, incluindo Facebook e Microsoft, também anunciaram compromissos importantes com o trabalho remoto, permitindo que os funcionários tornem seus novos ambientes de trabalho da quarentena permanentes no futuro, se assim desejarem.


Com esse crescente movimento, cria-se a hipótese do fim dos megaescritórios. A ideia é que grandes empresas, que antes possuíam diversos andares e postos de trabalho, reduzirão e concentrarão seus espaços nos menores e mais eficientes possíveis.


E você? Conta pra gente! O que acha disso? Como está sendo onde você trabalha?




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