O consumidor de 2021
O ritmo de transformação do mundo causado pela pandemia foi bastante acelerado, aliado a muitas incertezas e medos. Pesquisas apontam como mudanças comportamentais, tipo o próprio isolamento social, alteraram a rotina de compra e a forma como as pessoas veem os negócios. É provável que jamais voltemos à vida que tínhamos antes da declaração de pandemia e da imposição da quarentena! :/
Agora, no final de 2020, todos nós estamos em um processo de readaptação desta nova realidade de um mercado que, de maneira geral, mudou bastante. É chocante pensar que as tendências previstas para acontecer dentro dos próximos dez anos se tornaram realidade em alguns meses!! :o
Carla Buzasi, diretora geral da WGSN, confirmou este cenário ao falar que “a pandemia do Coronavírus é o maior propulsor global de mudanças dos últimos tempos, resultando em novos hábitos de consumo e em um novo cenário para a indústria, à medida que somos confrontados com uma realidade que exige – tanto de pessoas quanto de empresas – flexibilidade, resiliência e, acima de tudo, criatividade”.
Compreender todas as mudanças, os avanços, os retrocessos, as tendências e as oportunidades deste novo cenário se tornou um grande desafio para as empresas. E a pergunta que não quer se calar é: como será 2021???
Várias instituições fizeram pesquisas e estipulações para responder a tal pergunta. Vamos apresentar aqui algumas delas :)
De acordo com o relatório "Consumo e compra dentro e fora de casa após o Covid-19", organizado pela Aecoc, os temas que apresentarão um crescimento relevante em 2021 são comércio eletrônico, que deverá ter um crescimento de 35%, sustentabilidade e segurança sanitária. Além disso, a pesquisa mostra que 1 em cada 5 consumidores espera aumentar seus gastos em tópicos como viagens e lazer.
Em outra perspectiva, Carlos Coutinho, sócio da PwC Brasil, elencou cinco forças que estão afetando e moldando a humanidade. “A primeira delas é a assimetria, a diferença cada vez mais acentuada entre pobres e ricos. A segunda é a disrupção tecnológica, ou seja, o uso de Inteligência Artificial, Big Data, redes sociais etc. Temos também o fator idade. As pessoas estão preocupadas se vão conseguir se sustentar e por quanto tempo. Além disso, há a polarização e a ausência de confiança”.
Uma unanimidade entre as principais pesquisas foi a aceleração da digitalização. Segundo dados da Forbes, 82% dos consumidores brasileiros, com acesso à internet, já fizeram compras na internet – o equivalente a mais de 132 milhões de pessoas, segundo a A NZN Intelligence. E, de acordo com o Google, o crescimento de compras online foi de 57% durante a pandemia – btw já falamos sobre isso em outro artigo; corre lá pra ver!
O mercado, além de estar cada vez mais digitalizado, conta com estratégias voltadas à experiência do cliente e foco na sua jornada completa de consumo, desde a prospecção, até a gestão do cuidado pós-vendas.
Outro ponto bastante reforçado foi o da sustentabilidade. O consumidor busca um valor justo, que seja ligado a linhas de produção sustentáveis e com um caráter híbrido e multifuncional, além do caráter de longevidade nos produtos e nas marcas que consome.
Segundo um estudo elaborado pela consultoria Iemi Inteligência e Mercado e divulgado pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), 55% dos consumidores afirmaram que passarão a valorizar mais as marcas e produtos que sejam realmente sustentáveis e outros 24% disseram que valorizarão mais marcas e produtos com propósitos sociais comprovados.
Essas características nos fazem lembrar da chamada geração C. Esta nova geração se tornou um marco na história do marketing, visto que ela não está atrelada a um período etário e sim a comportamento!! Ou seja, não importa se o consumidor é millenial, da geração Y ou X, ou até baby boomer, ele busca soluções que atendam seu estilo de vida - estilo este voltado em buscar produtos confiáveis de empresas transparentes e responsáveis socialmente.
A WGSN, indo ainda além, traçou o perfil de três tipos de consumidores: os compressionalistas, pessoas exaustas que querem agarrar e resolver tudo, mas a ansiedade dificulta o processo; os guardiões da empatia, pessoas que enxergam além e são exatamente o contrário dos haters; e os criadores de mercado, que nada mais são do que pessoas ativas e que criam as próprias oportunidades.
Apesar de alguns traços já terem sido identificados, é importante pontuar que - principalmente neste momento - nada é imutável. A pandemia ainda não acabou e é difícil prever as consequências de novas ondas e novas mutações do vírus. Dessa maneira, devemos estar constantemente antenados e observando as contínuas mudanças comportamentais 😊
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