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Instagram for kids

O ano passado foi marcado pela pandemia – ainda acontecendo, mas que trouxe diversas mudanças, principalmente quando falamos sobre redes sociais: chegaram a ter um aumento no uso de mais de 40% segundo o Kantar, afinal é impossível ficarmos trancados em casa sem ao menos conversarmos com alguns amigos digitalmente, né?


Quando falamos de redes sociais, a primeira empresa que vem à mente é, com certeza, o Facebook e todas as empresas do grupo. Quase todo mundo tem uma conta nas plataformas e as usamos diariamente. Facebook, junto com o Messenger, WhatsApp e Instagram dominaram o top 5 nas redes mais usadas do Brasil em 2020, perdendo uma posição para o YouTube, a grande plataforma de vídeos da Google, que ficou em terceiro lugar. E não podemos esquecer de falar do novo participante entre o top 10 das redes mais usadas, o queridinho do público jovem: TikTok. O novato ficou com nona posição e com cerca de 16,5 milhões de brasileiros em suas contas até o final de 2020.


O Instagram é dominado pelo público jovem. Começando a partir dos 13 anos, 71% dos seus usuários têm menos de 35 anos e a sua maior porção é concentrada na faixa etária dos 20. Porém, o Facebook quer expandir o seu público infantil. Para isso, está em consideração a criação do Instagram Youth (como esse projeto é chamado internamente), uma versão da rede de fotos para os pré-adolescentes, que contará com quase todos os recursos da rede original e dificilmente será vista como uma versão reduzida do Instagram normal.


Por mais que esse projeto seja diferente, ele não é novo; já existe o Facebook Messenger Kids, uma plataforma de mensagens do Facebook com o público-alvo de 6 a 8 anos, totalmente controlada pelos responsáveis da criança. O Instagram Youth seria igual: os pais teriam controle total da conta dos seus filhos, sendo capazes de aprovar ou rejeitar pessoas que seguem e monitorar postagens e até conversas. Além disso, haveria um painel que combina as duas redes kids, permitindo esse controle de uma vez só em ambas as plataformas.


É claro que existem pessoas que são contra o projeto, e não é para menos... cada vez mais vemos notícias de vazamento de dados na internet ou até mesmo polêmicas do próprio Facebook, criando uma certa desconfiança para o público maior de idade, quem dirá para crianças com seus responsáveis. Outro argumento desses pais é o bem-estar e a saúde mental do público infantil, já que há pesquisas que relacionam diretamente o uso de redes sociais com transtornos psicológicos, como depressão, ideias autodestrutivas e até pensamentos suicidas, mas da mesma forma, há estudos que contradizem isso.


Por outro lado, há pessoas que aprovam a criação de um ambiente digital limitado para as crianças, como o caso da Stacey Steinberg, diretora do Centro para Crianças e Famílias da Faculdade de Direito da Universidade da Flórida. Ela afirma que, diferentemente, de outros aspectos da vida familiar, o uso correto e seguro das redes não faz parte dos assuntos mais comentados entre pais e filhos, criando uma certa vulnerabilidade para as crianças ao entrarem em contato com as redes sociais. "Não acho que a resposta seja desligar completamente a Internet para eles"; mas também não descarta a possibilidade dessas plataformas representarem um risco ao bem-estar psicológico para as crianças.


Outro argumento para a criação de redes sociais infantis é o fato das crianças já estarem de qualquer maneira nas redes comuns. Como comentamos, 71% do público do Instagram tem entre 13 a 35 anos – mas na verdade sabemos que a plataforma abre a possibilidade de mentir a própria idade, né? Se pegarmos os dados do TikTok, que é uma rede social mais voltada para a geração Z, esses dados são mais expressivos: até outubro de 2020, 69% dos usuários tem entre 13 a 24 anos, sendo que 17% é menor de idade, e não podemos esquecer que os usuários também podem mentir a sua idade nessa plataforma e que ela vem crescendo exponencialmente com o passar do tempo.


É nítido que o uso das redes sociais por crianças é um fato, além de atualmente não haver muito jeito de privar a vida digital delas, já que tudo acontece na internet, ainda mais agora, que estamos cumprindo um isolamento social, em que todo dia é preciso usar o computador para assistir às aulas e fazer atividades, além de manter a vida social das crianças com seus amigos. Portanto, a criação de redes sociais kids é uma forma viável dos filhos aprenderem a utilizar de forma correta o ambiente digital, enquanto os pais têm um controle para prevenir possíveis ameaças aos seus filhos.


O que será que vai rolar dessa nova rede social? Vai se materializar mesmo? E as marcas, poderão estar presentes? Porque publicidade infantil é algo extremamente delicado, né... O que você acha?


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