As marcas por trás das Olimpíadas
- lemonschoolbrasil
- 25 de ago. de 2021
- 3 min de leitura
Todo mundo que assiste qualquer evento esportivo sabe que os patrocinadores têm um grande papel, aparecendo em cartazes, banners, placas de publicidade, além de promover estandes magníficos e ativações de marcas grandiosas. Casos como o Super Bowl, a final do futebol americano e um dos eventos esportivos mais assistidos de todo o mundo, em que o segundo de propaganda vale cerca de 183 mil dólares - o segundo mais caro do mundo - ou a Copa do Mundo FIFA, também um dos eventos mais assistidos, concentram patrocinadores que criam uma atmosfera única nas cidades onde acontecem os jogos. E isso não seria diferente nas Olimpíadas, o maior e mais assistido espetáculo esportivo do mundo.
Por mais que existam algumas diferenças dos demais torneios, como o caso de não haver patrocinadores nas placas de publicidade ou não poder ter mais de um nas camisas das federações - tudo em nome do espírito esportivo, segundo a Confederação Olímpica Internacional (COI) - os patrocinadores ainda veem esse evento como uma grande vitrine para as suas marcas, muitos sendo investidores fixos por quase 100 anos, como a Coca-Cola que está presente nos jogos desde 1928.

Por isso, vemos algumas diferenças nas abordagens das marcas perante aos outros eventos. O parque olímpico é um reflexo disso, onde as marcas mostram todo o seu potencial através de ativações, lançamentos, brindes, promoções, estandes, além de levar convidados ou até mesmo dar um suporte extra ou mimos para os atletas na vila olímpica, como o caso da Coca que distribuiu “vending machines” com seus produtos de graça, a Samsung que deu celulares para todos os competidores ou a Asics que tinha “lojas” de tênis de graça em Tóquio 2020.

Neste ano, o COI contou com 81 patrocinadores, sendo eles divididos em 4 categorias: os parceiros olímpicos mundiais, os parceiros olímpicos de ouro, os parceiros olímpicos oficiais e os apoiadores olímpicos oficiais - este último não sendo, necessariamente, um patrocinador, mas marcas que deram algum suporte ao evento, como o Google. No caso dos parceiros olímpicos mundiais, temos alguns nomes importantes: Coca-Cola (a maior patrocinadora), P&G, Samsung, Visa, Toyota, Airbnb, Intel, Omega, Panasonic, Alibaba, Bridgestone, General Electrics, Atos e Dow.
Porém todos nós sabemos e cansamos de ouvir que neste ano foi diferente… As Olimpíadas de Tóquio 2020 estavam agendadas para o ano passado e, devido à pandemia do Covid-19, foram alteradas para 2021, e ainda assim o COI não permitiu público nas arenas dos jogos. O evento também foi muito criticado pela população japonesa, que não achava certo tê-lo durante a pandemia, algo que preocupou muito todas as empresas envolvidas com a competição. Algumas chegaram até a se “esconderem” dos holofotes com medo de passar uma imagem ruim, o que chega até a ser bastante contraditório se olharmos o investimento dos patrocinadores, que duplicou em relação às Olimpíadas do Rio 2016 (US$ 1,3 bilhão), atingindo a marca de US$ 3,1 bilhões.
Sem público não tem sentido as marcas promoverem tudo aquilo que eles promoviam no parque olímpico ou nos locais que ocorriam as competições, né? Daí fica a questão: como os patrocinadores dariam visibilidade às suas marcas? Bom, eles continuaram a fazer suas ações e propagandas de outras formas, como publicidade entre jogos ou em suas próprias comunicações, no estilo que a Nike fez quando a skatista Rayssa Leal ganhou medalha de prata.
Mas o buraco é mais embaixo. As marcas não estão preocupadas em aparecer durante as competições. Obviamente ninguém reclamaria de ter seu nome num cartaz enorme das Olimpíadas, mas o que elas realmente buscam é o prestígio de bancar o maior evento esportivo do mundo, que não é só o maior, mais assistido e um dos que mais arrecadam investidores, mas também é todo o símbolo de união entre nações e espírito esportivo que este evento representou na antiguidade, representa atualmente e representará em toda a nossa história.
É uma honra para uma marca fazer parte desse sentimento! Algo que foi comprovado por Ricardo Fort, vice-presidente global de patrocínios e eventos da Coca-Cola entre 2016 e 2021 e vice-presidente sênior global de marca, produto e patrocínios da Visa entre 2012 e 2016, é que “as marcas globais não dão tanto valor a isto. Ao ser um patrocinador do COI, a empresa passa a ser olhada de forma diferente. Há um grande prestígio em fazer parte do time olímpico”.

Mas e aí? Vocês imaginariam que as marcas estão dispostas a não aparecer tanto e mesmo assim injetar essa quantidade exorbitante de dinheiro em um evento esportivo, ainda mais no cenário em que vivemos? Com certeza é uma ocasião única e um tanto quanto diferente, que não acontece nem de quatro em quatro anos!
Referências:
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/07/30/por-que-nao-existem-placas-de-publicidade-nas-olimpiadas.htm
https://www.gazetaesportiva.com/olimpiadas/patrocinadores-dos-jogos-olimpicos-enfrentam-posicao-incomoda/
https://olhardigital.com.br/2021/08/12/tira-duvidas/como-os-patrocinadores-aparecem-nas-olimpiadas/
https://www.poder360.com.br/olimpiada/olimpiadas-de-toquio-arrecadam-us-31-bilhoes-em-patrocinios/
https://www.dci.com.br/esporte/quem-sao-os-patrocinadores-das-olimpiadas-2021/163610/
https://forbes.com.br/principal/2018/06/9-eventos-esportivos-com-mais-audiencia-da-historia/#foto9
https://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/2021/02/08/super-bowl-2021-comerciais-milionarios-reunem-celebridades.ghtml
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