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Uso de IA poderá aumentar o desemprego em até 4% no país nos próximos anos, diz pesquisa da FGV

Empregos pouco qualificados seriam os mais prejudicados.

Autor: Estadão

Talvez, fale-se menos do uso de inteligência artificial (IA ou AI na sigla em inglês) em comparação ao que realmente acontece por aí. É fato que essa tecnologia já vem provocando grandes transformações no mercado, principalmente no modo como é encarado o trabalho humano.

Responsável por reduzir burocracias, automatizar processos e melhorar a eficiência em muitos casos, ela poderá elevar a taxa de desemprego em quase 4 pontos percentuais no Brasil nos próximos 15 anos, de acordo com um estudo recente realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com a Microsoft.

Para simular o seu impacto, a pesquisa tentou considerar a seguinte premissa: e se a IA fosse empregada em determinados ramos, como agricultura, pecuária, óleo e gás, mineração e extração, transporte e comércio e setor público (educação, saúde, defesa e administração pública)? A partir disso, foram considerados três níveis de implementação, o conservador, o intermediário e o severo.

No primeiro, a taxa de crescimento da adoção da IA seria de 5%, durante uma década e meia; nesse panorama, a economia também progrediria menos do que o estimado para os próximos anos. Já no segundo, o número seria de 10%, com evolução mais estável.

Por último, em um mundo em que a economia tem projeção otimista, a utilização de IA subiria 26% no período – é nesse estágio que o desemprego bateria em 3,87 pontos porcentuais, no saldo geral da população. Os mais afetados, ainda, seriam os trabalhadores com menos qualificação profissional, que chegariam a ver o desemprego aumentar em 5,14%. A quantidade de vagas qualificadas, no entanto, poderia subir com a implementação massiva da inovação, em até 1,56 ponto percentual.

Agora, do ponto de vista de geração de riqueza, a IA poderia influenciar no PIB em 6,43%, na consideração mais severa. Na mais conservadora, a variação do índice seria de 0,64%, e no cenário intermediário, 1,32%.

A problemática maior ficaria mesmo na parte dos salários, porque "quanto maior a incorporação de tecnologia, maior a remuneração, tanto em menos qualificados, como em mais qualificados; porém, a tendência é que haja uma desigualdade maior", segundo Felippe Serigatti,professor da FGV e responsável pelo projeto, durante a apresentação na última sexta-feira (17). Para se ter uma ideia, os rendimentos daqueles com mais especialização alcançariam um acréscimo de 15%, enquanto que do restante, com menos, não passaria de 7%.

Sobre a questão da produtividade, dentre os segmentos avaliados, os que possivelmente sofreriam mais ação do novo "modus operandi" em 15 anos seriam transporte e comércio, o setor público e mineração e extração.

Vale ressaltar que não foram levados em conta as influências que reformas estruturais e sociais, como a da previdência e tributária, em trâmite atualmente, poderiam ter na conclusão geral dos dados, bem como a mudança no padrão de crescimento da economia. Além disso, o levantamento mira o “médio prazo”, sendo que, no curto, pode haver “custos de adaptação” a essas novas práticas.

É importante observar, de qualquer maneira, que muitas atividades como se conhece hoje em dia ou desaparecerão, ou se transformarão: as pessoas precisarão dispor de novas habilidades, e tudo isso passará pela aplicabilidade da tecnologia. “Penso que em questão de anos, deveremos ter profissões como planejador de jornada de realidade aumentada, controlador de transportes, analista de cidades inteligentes ou mesmo técnico de inteligência artificial para saúde”, afirmou Anthony Salcito, vice-presidente mundial de educação da Microsoft, na mesma ocasião.

O melhor de tudo é que, juntamente com a análise, a gigante de softwares anunciou o início de um programa de educação online chamado AcademIA, que tem 12 módulos gratuitos de aulas sobre introdução à inteligência artificial e até ensino de linguagem de programação. Basta um simples cadastro para acessá-los!

Parte do material está em inglês por ora, contudo, até 2020 (que nem está tão longe assim), a empresa afirma que o terá traduzido para o português.

Sobre o Estadão: https://www.estadao.com.br/

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